segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Degelo



Há momentos que percebemos que certas coisas não estão ao nosso alcance. Nos sentimos impotentes, pobre, sem perspectiva para o dia seguinte. Quando o sol nasce estamos vazios, ocos! Uma Boneca Russa, que em nossas muitas faces não conseguimos encontrar resposta para essa tristeza que nos desola em doses de momentos tortuosos.

Pessoas mostram conteúdos que jamais teríamos em nossa essência. Não precisa ser dito, a realidade nos vem como uma adaga fria na espinha. Quando pessoas a quem dedicamos nossos pensamentos se mostram interessadas em assuntos errantes e para nós resta somente silencio e desculpas cantadas como uma canção de ninar (Cale a boca?!). 

Dói! Por mais que tenhamos uma mente esclarecida, nos falta o conhecimento para manter nossos relacionamentos sadios, o desespero faz a imaturidade aflorar em nosso peito e cometemos erros que jamais cometeríamos se não gostássemos. Acabamos perdendo o que não tínhamos, e toda a admiração tão cobiçada não nos cabe mais, ela é dedicada aos nômades da mesma “estirpe”.

Acabamos por aceitar limitações, tortuoso para quem nunca antes teve barreiras, sempre disposto a se superar, surpreender... Fazer a diferença! Mas a frieza silenciosa fere mais que um forte tapa na cara. Nossas convicções caem por terra, não sabemos o que fazer, como ou quando agir.  Temores deixam de ser fantasia, desmatando nossas alegrias para nos habitar de incertezas e medos tolos.

Passamos por isso dado momento na vida, superamos, nos reinventamos. Covardes por deixar tremer ou humanos imperfeitos? Levantamos nossos escudos, tentamos nos proteger! Tarde demais. Já estamos colonizados. Nossa riqueza se foi, só nos resta o pouco decadente eu lírico a nos dizer coisas obsenas, doença em nossa alma, mata nossas esperanças. Sentimos nossos sonhos, o calor que nos deixa. Questionamos se um dia foi possível sermos o que inocentes crianças nos arriscamos a desejar. 

Um comentário:

  1. belíssimo e sincero. fala com a alma de todos que amam e erram, e temem, e sofrem...

    ResponderExcluir