Há momentos que percebemos que certas coisas não estão ao
nosso alcance. Nos sentimos impotentes, pobre, sem perspectiva para o dia
seguinte. Quando o sol nasce estamos vazios, ocos! Uma Boneca Russa, que em
nossas muitas faces não conseguimos encontrar resposta para essa tristeza que
nos desola em doses de momentos tortuosos.
Pessoas mostram conteúdos que jamais teríamos em nossa
essência. Não precisa ser dito, a realidade nos vem como uma adaga fria na
espinha. Quando pessoas a quem dedicamos nossos pensamentos se mostram
interessadas em assuntos errantes e para nós resta somente silencio e desculpas
cantadas como uma canção de ninar (Cale a boca?!).
Dói! Por mais que tenhamos uma mente esclarecida, nos falta
o conhecimento para manter nossos relacionamentos sadios, o desespero faz a
imaturidade aflorar em nosso peito e cometemos erros que jamais cometeríamos se
não gostássemos. Acabamos perdendo o que não tínhamos, e toda a admiração tão
cobiçada não nos cabe mais, ela é dedicada aos nômades da mesma “estirpe”.
Acabamos por aceitar limitações, tortuoso para quem nunca
antes teve barreiras, sempre disposto a se superar, surpreender... Fazer a
diferença! Mas a frieza silenciosa fere mais que um forte tapa na cara. Nossas
convicções caem por terra, não sabemos o que fazer, como ou quando agir. Temores deixam de ser fantasia, desmatando
nossas alegrias para nos habitar de incertezas e medos tolos.
Passamos por isso dado momento na vida, superamos, nos
reinventamos. Covardes por deixar tremer ou humanos imperfeitos? Levantamos
nossos escudos, tentamos nos proteger! Tarde demais. Já estamos colonizados.
Nossa riqueza se foi, só nos resta o pouco decadente eu lírico a nos dizer
coisas obsenas, doença em nossa alma, mata nossas esperanças. Sentimos nossos
sonhos, o calor que nos deixa. Questionamos se um dia foi possível sermos o que
inocentes crianças nos arriscamos a desejar.